quarta-feira, 9 de setembro de 2015

Mão Morta @ TAGV - Teatro Académico Gil Vicente (Coimbra) (06-02-15)

Verdadeira instituição do rock nacional, os Mão Morta regressaram a Coimbra para mais uma actuação avassaladora.
Trinta anos de carreira da banda emblemática da cidade dos arcebispos vertidos em pouco mais de 1h30 de concerto. Tarefa (quase) impossível, mas sempre, como é seu apanágio, cumprida de forma exímia.
"Irmão Da Solidão", tema de abertura do último «Pelo Meu Relógio São Horas De Matar», foi o tiro de partida para uma actuação que pode ser descrita através de um dos seus temas mais icónicos (e que neste caso serviu para o grupo regressar a palco para o primeiro encore): "Velocidade Escaldante" (do já distante «Vénus Em Chamas», editado em 1994). Velocidade (ou aceleração, nas palavras de Adolfo Luxúria Canibal) trazida pelo substituto temporário do lesionado Miguel Pedro, Ruca Lacerda (baterista ligado a nomes como SUPERNADA e GNR, por exemplo), e que foi uma mais-valia aliada à já habitual parede sonora formada pelas guitarras de Antonio Rafael (que alterna as cordas com os teclados em alguns temas), Vasco Vaz e Sapo e pelo baixo profissional de Joana Longobardi.
Antes do (primeiro) final, a já habitual "Anarquista Duval" (do clássico «O.D., Rainha Do Rock & Crawl», álbum do qual tocaram ainda "Quero Morder-te As Mãos", "Charles Manson" e "1º De Novembro"), a pedir um ataque de dança epiléptica controlado (que algum do público que enchia a sala decidiu cumprir, saindo dos lugares sentados). Pelo caminho, lugar de destaque para o conceptual «Mutantes S. XXI», primeiro com «Berlim» (afinal de contas, foi lá que tudo "começou", após um concerto dos Swans), "Budapeste" e "Barcelona" servidas de seguida e, por último, "Lisboa".
Do último registo que serve de mote a esta digressão, ouvimos ainda "Histórias Da Cidade", "Pássaros A Esvoaçar", "Hipótese De Suicídio" e o single de apresentação "Horas De Matar", verdadeiro manifesto sobre a realidade actual. Houve ainda tempo para matar saudades do profético «Há Já Muito Tempo Que Nesta Latrina O Ar Se Tornou Irrespirável», através de "Vamos Fugir".
Já no encore, encaixada entre "Velocidade Escaldante" e "Horas De Matar", outro tema marcante da sua discografia, "Véus Caídos".
Num segundo regresso, mesmo para finalizar em apoteose, "Oub' Lá", um dos primeiros temas escritos pela banda, do seu primeiro disco, homónimo, e o panfletário "1º De Novembro".
Os concertos da (provavelmente) melhor banda nacional sabem sempre a pouco. Venha o próximo!

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