quarta-feira, 22 de agosto de 2012

«JUKEBOX» #39 (19/08/12)

Emissão especial dedicada aos Mercury Rev e ao seu disco (inédito) ao vivo: «Beyond The Swirling Clouds» (An Evening at Barrowland Ballroom).

Alinhamento:

1. Arise
2. In A Funny Way
3. Secret For A Song
4. Black Forest (Lorelei)
5. Tonite It Shows
6. The Funny Bird
7. There You Are (Jesus Song Nº7)  (The Flaming Lips cover)
8. Holes
9. Little Rhymes
10. Goddess On A Hiway
11. The Dark Is Rising

BONS SONS '12

Apontamentos do festival dedicado a várias correntes de música feita por cá (com o extra de ter um país convidado, este ano a ser a vizinha Espanha). Ficam as notas, apenas do segundo (e mais concorrido) dos quatro dias de festival que animou Cem Soldos.

"Há festa na aldeia! E que festa!"

Dia 17
- Com o cancelamento da dupla Cosie Cherie, a chegada ao festival deu-se já com o final da actuação dos Gala Drop, cujo fundo sonoro deixava adivinhar as batidas hipnóticas, permeadas de ritmos tribais com influências do melhor "krautrock", a que já estamos (bem) habituados. Uma boa banda em qualquer parte do globo!

- O primeiro concerto visto na íntegra foi no Palco Giacometti, onde Celina da Piedade, apenas com a sua voz e acordeão (em simultâneo ou alternados) enchia de espírito dançante os muitos que ali acorreram. Sozinha durante as duas primeiras canções, logo se fez acompanhar por Alex Gaspar (percussão), Marco Pereira (violoncelo) e Samuel Úria (guitarra), para ir apresentando algumas das músicas que farão parte do disco-duplo que sairá em Setembro próximo («Em Casa»), intercaladas com outras que fazem parte do repertório de música tradicional.
  O público (a maioria sentado no chão, aproveitando as sombras) que preenchia o Largo de São Pedro - local do palco -, foi colaborando, paulatinamente, ora com palmas e coros, ora com bailes de roda, estimulados pela cantora. "Rua da Amargura (com letra de Úria) foi um desses exemplos, onde Celina da Piedade mostrou toda a sua simpatia na pose e na interacção com o público, que retribuiu na mesma moeda. Com o decorrer do concerto, o espaço tornou-se algo exíguo para acolher todos aqueles que queriam partilhar dos acordes melodiosos que se faziam ouvir no palco.
  O final da actuação teve direito a uso de "samples" de recolhas sonoras feitas por Tiago Pereira (nome por trás do projecto OMIRI e omnipresente um pouco por todo o festival, através dos concertos inseridos n' A Música Portuguesa A Gostar Dela Própria), onde o tradicional e o moderno se juntaram em harmonia dançante.

- No palco principal (Lopes-Graça), localizado no largo da aldeia, começavam agora os lisboetas You Can't Win, Charlie Brown. A prestação deste sexteto é um exemplo claro onde a soma das partes é uma mais-valia para o grupo. Pese embora a boa disposição dos vários elementos, com destaque para David Santos (a.k.a. Noiserv), as canções de «Chromatic» (registo que teve crítica elogiosa, aquém e além fronteiras) soaram, na fase inicial da prestação, algo monocórdicas. Mas logo essa tendência seria quebrada com uma primeira (de duas) excelente versão, do canadiano Leonard Cohen ("Who By Fire"). Destaque ainda para "Sort Of", repescada do primeiro EP homónimo da banda, onde a riqueza instrumental é bem patente, com os jogos vocais a fazerem lembrar algumas passagens dos escoceses Belle And Sebastian.
  Em palco reina harmonia e boa disposição que é extensível ao público; com um final claramente em crescendo (onde se juntou Quim Albergaria nas percussões, a contribuir ainda mais para a cadência rítmica de festa - que, mais tarde, teria plena confirmação com Linda Martini e Batida). Regresso obrigatório a palco para um "encore" feito com mais uma versão (meio improvisada, segundo os próprios), desta feita "I'm Waiting For The Man" dos Velvet Underground.

- Na Igreja de São Sebastião (local por onde passaram muitos dos nomes da MPAGDP), Abaixonado (um dos vários projectos do artista Sal) apresentava canções de amor e saudade para corações indecisos, sempre com um travo de experimentalismo "non-sense". Acompanhado por mais dois músicos, o altar da igreja de Cem Soldos foi invadido com música pouco dada a este espaço.

- O concerto de António Zambujo (no Palco Giacometti) serviu de som de fundo a uma deliciosa (e altamente recomendável hamburguesa mirandesa, cortesia da AEPGA, que tinha no burro mirandês a sua estrela). Deu para perceber que o recinto à frente de Zambujo estava completamente cheio, com o público em absoluta simbiose com o artista, que apresentou o seu leque de canções eivadas de um fado desalinhado com tendências bossa-nova.

- No Palco Eira (novo espaço para acolher concertos, em relação à edição anterior de 2010), os Linda Martini pareciam ter a actuação ganha logo à partida, tal a enchente que se verificava e o entusiasmo com que foram recebidos pelo cada vez maior número de fãs. A energia contagiante da banda é já uma marca registada e fazem dela o grande motor dos seus concertos. Características próprias, continuam a ser também as suas descargas sónicas (a boa escola Sonic Youth bem presente), com letras cantadas em português (uma raridade por estes dias). Fruto de uma bem sustentada carreira, os Linda Martini são hoje um bom exemplo da qualidade da música nacional. Projecto já com uma década de vida, à espera de outra igualmente frutífera.
  Aspecto menos positivo relativamente ao som (que se sentiria também em Paus), fruto de algum vento que se fazia sentir à hora da actuação, que em nada ajudou à perfeição que se pretendia. Mas nem por isso os momentos intensos deixaram de existir, com os quatro elementos da banda em  equilíbrio perfeito percorrendo ora paisagens pertencentes aos terrenos do "post-rock", ora ao "indie-rock" mais "lo-fi". "Amor Combate, uma das mais antigas, cantada em uníssono com os inúmeros fãs que sabem a letra de cor é, talvez, a música que melhor identifica os Linda Martini, juntamente com a mais recente "Mulher A Dias". Final em metáfora amorosa, com o refrão de "100 Metros Sereia" ("Foder é perto de te amar! Se eu não ficar, perto") a ser irónico de mais.

- De volta à praça da aldeia, num corropio tranquilo de milhares de pessoas, que se preparavam para assistir à que viria a ser a melhor prestação do dia (e talvez do festival): The Legendary Tiger Man.
  Ainda com o seu último «Femina» a servir de aperitivo principal, o alter-ego em formato "one-man band" de Paulo Furtado (ainda a recuperar de uma lesão na coluna contraída no Senegal), passou a maior parte do concerto mais tranquilo do que é habitual. O que não significa que a música tocada também o tenha sido (bem pelo contrário). O espírito "blues" e "rock'n'roll" omnipresentes, ora em toadas mais lentas e algo introspectivas (o início, por exemplo, numa composição feita em colaboração com os Dead Combo), ora em toadas mais sexy (com a ajuda virtual de Asia Argento em "Life Ain't Enough For You"), ora ainda em ritmos mais acelerados ("Route 66", excelente versão do original de Bobby Troup, excelente para uma viagem longa de carro). E que excelente viagem sonora, equilibrada entre os seus registos a solo, se assistiu neste segundo dia de Bons Sons, onde o "punk rhythm'n' blues" de Tiger Man foi claramente vencedor!

- «Paus» continua a ser o  mote para Quim Albergaria, Hélio Morais, Makoto Yagyu e João "Shela" "massacrarem" (no bom sentido) os nossos corpos. Do Ep "É Uma Água", recuperaram logo à segunda música, aquele que continua ainda a ser o seu principal cartão de visita ("Mudo E Surdo"). A partir daqui, tudo era possível acontecer no Palco Eira (apesar, tal como em Linda Martini, do som não acompanhar a pujança que emanava do palco), o que se traduziu numa certa sensação de uns furos abaixo do habitual a que os Paus nos tinham habituado. "Deixa-me Ser" (single de apresentação do álbum de estreia homónimo) teve direito a dedicatória especial, em mais um momento de partilha com o público mais fiel e conhecedor.
  Batidas tribais em modo sado-masoquista fazem-se sentir daquela bateria siamesa (que sofre ou tem prazer a dobrar). No final, apesar de alguma monotonia (fruto de algum cansaço que já se fazia sentir em quem escreve) ficou a sensação de que a frescura sonora dos Paus ainda tem muito para dar, mas que já teve melhores momentos.

- Para o fim da noite (e dos concertos), o projecto Batida (criação luso-angolana de Pedro Coquenão, a.k.a. DJ Mpula). Combinação efusiva de músicas angolanas (via "samples") dos anos 70, com a electrónica moderna, misturada habilmente com a dança, a ilustração e o artesanato da antiga colónia portuguesa, resultando o conjunto num cocktail explosivo de apelo irrecusável à dança, (com o registo homónimo «Batida» a dar o mote) num final de noite completamente cheio no Palco Fora de Horas (o mesmo do largo da aldeia, rebaptizado para acolher os nomes mais electrónicos).

  O mote que serve este festival ("Venha viver a aldeia") assenta que nem uma luva ao Bons Sons e às gentes de Cem Soldos, que fazem deste um festival único no panorama cada vez mais saturado de festivais de verão nacionais. Para a edição de 2014 já há ideias a fervilhar...


terça-feira, 14 de agosto de 2012

«JUKEBOX» #38 (12/08/12)

Convidado: Bruno Simões (músico: Sean Riley and The Slow Riders; RUC).

Escolhas:

1 - DEPECHE MODE  "Clean"
2 - BAUHAUS  "Bela Lugosi's Dead"
3 - THE JON SPENCER BLUES EXPLOSION  "Bellbottoms"
4 - THE FALL  "2 Librans"
5 - SAUL WILLIAMS  "Black Stacey"
6 - NICK CAVE AND THE BAD SEEDS  "The Sorrowful Wife"

«JUKEBOX» #37 (05/08/12)

Especial "Anos 60/70".
Convidado: Nuno Ávila (Jornalista / RUC).

Escolhas:

1 - THE BEACH BOYS "Good Vibrations"
2 - ROLLING STONES "I'm Free"
3 - THE VELVET UNDERGROUND "I'm Waiting For The Man"
4 - BEATLES "A Hard Day's Night"
5 - THE WHO "My Generation"
6 - JIMI HENDRIX "Purple Haze"
7 - LED ZEPPELIN "Rock And Roll"
8 - THE KINKS "You Really Got Me"
9 - THE DOORS  "Riders On The Storm"

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

«JUKEBOX» #36 (29/07/12)

Especial Festivais de Verão (época 2012).
Convidado: José Santiago (Jornalista / RUC).

 Alinhamento:

1 - METALLICA "Seek And Destroy" (Rock In Rio)
2 - THE FLAMING LIPS "Pompeii Am Götterdämmerung" (Primavera Sound - Porto)
3 - WAVVES "Baby Say Goodbye" (Primavera Sound - Porto)
4 - PETER GABRIEL "Digging In The Dirt" (SBSR)
5 - ALT-J "Breezeblocks" (Milhões de Festa)
6 - RADIOHEAD "Everything In Its Right Place" (Optimus Alive)
7 - THE ROOTS (feat. MALIK B & DICE RAW) "Here I Come" (SW)

«JUKEBOX» #35 (22/07/12)

Regresso da "Jukebox" ao éter dos 107.9fm (na nova grelha de Verão 2012 da RUC).

(após um início boicotado pelo material técnico)
Escolhas pessoais (com dedicatória especial):

1 - HOLY OTHER "With U"
2 - SENSIBLE SOCCERS "Missé-Missé"
3 - THE CALM BLUE SEA "We Happy Few"
4 - YUKSEK "On A Train"
5 - SLOW MAGIC "Corvette Cassette"
6 - MARBLE SOUNDS "The Time To Sleep"
7 - ROYAL CANOE "Nightcrawlin'"
8 - ALEAH "Water And Wine"
9 - THRUPENCE "Voyages"

MILHÕES DE FESTA '12

Notas (quantitativas) apenas do dia 20 de Julho daquele que continua, cada vez mais, a afirmar-se como o melhor festival no panorama nacional.

- Lovers & Lollypops SS (13);
- La La La Ressonance (12);
- RA / Löbo (15);
- Sensible Soccers (18);
- League (10);
- Baroness (12);
- Holy Other (14);
- Throes + The Shine (17);
- Youthless (12);
- Meneo (15);
- Glam Slam Dance (...)

OPTIMUS ALIVE '12

De regresso à "Jukebox", retomamos o fio à meada com algumas notas (em modo quantitativo) sobre a edição do festival Optimus Alive '12.

Dia 13
- Aeroplane (11);
- Logo (live) (12);
- Club Cheval (12);
- Gesaffelstein (live) (15);
- Busy P (13);
- Miss Kittin (11);
- Planningtorock (live) (13);
- Brodinski (14);
- The Parkinsons (16);
- Dum Dum Girls (13);
- Miúda (13);
- LMFAO (9);
- Santigold (17);
- Buraka Som Sistema (12);
- Zola Jesus (15);
- Death In Vegas (15);
- Danko Jones (11);
- Refused (8);
- Snow Patrol (13);
- The Stone Roses (14);
- Justice (live) (15).

Dia 14
- Art Department (12);
- James Murphy + Pat Mahoney (13);
- Tricky (15);
- Morcheeba (13);
- The Cure (18).