quarta-feira, 9 de setembro de 2015

The Jack Shits + PSICOTRONICS + Ghost Hunt @ Salão Brazil (23-05-15)

Apresentação (de gala) da próxima edição do Kamalhão Rock Fest a cargo de três nomes que fazem com que a música feita por cá, ganhe uma dimensão à escala global (qualitativamente falando).
The Jack Shits, trio praticante de um garage-rock musculado, têm um vocalista capaz de encarnar uma mistura entre Iggy Pop e Jon Spencer, sempre num limite catártico de fazer inveja. Concerto suado, como se quer o bom rock, que culminou em absoluta "Gloria" (versão dos Them), partilhada com outro grande senhor, Victor Torpedo, que pontuou com classe e mestria um concerto perfeito.
Psicotronics é Marquis Cha Cha que, refundido no interior do Alentejo, foi "recuperado" para as luzes da ribalta pela trupe Subway Riders e que com eles tem mantido uma ligação frutífera; no caso deste concerto, contou com a colaboração na guitarra de Víctor Torpedo, de Calhau no baixo e de Carlos Dias nos coros (pontuais). Psicotronics é "freakalhada" da boa, com os bons condimentos sonoros bem definidos (apesar de alguns contratempos técnicos), com Marquês a assumir (e vestir, literalmente) um híbrido de Lux Interior com Poison Ivy. A partir das matrizes electrónicas (via Suicide ou Wire), a viagem faz-se através das guitarras marcantes que dão outro corpo a um dos conceitos mais interessantes e provocantes que o panorama nacional tem o privilégio de assistir.
A terminar esta Apresentação Oficial Kamalhão Rock Fest 2015, actuação sideral daquele que será, seguramente, um dos nomes a constar na lista de melhores deste ano: Ghost Hunt. Formados por Pedro Oliveira (parafernália múltipla que nunca mais acaba e guitarra) e Pedro Chau (baixo), são uma espécie de mistura entre PUBLIC SERVICE BROADCASTING (parte retro-futurista) e The Horrors (psicadelismo electrónico), mas com uma margem de crescimento imensa (tal como o tamanho das suas canções, assentes em camadas progressivas que parecem nunca mais acabar, mas sem parecerem cansativas). De referir que se estava a assistir à segunda actuação destes senhores, que terminou em invasão festiva de palco. Estratosférico (tal como demonstra o excelente tema "Space Race") pode ser um qualificativo para resumir esta prestação!
Decerto haverá poucas apresentações de festivais que se arriscam a ser superiores ao festival em si, mas isso só poderá ser confirmado na mata do Camalhão, em São Silvestre, nos próximos dias 3 e 4 de Julho.

Chris Eckman @ Salão Brazil (21-05-15)

Nome respeitável (e respeitado) da cena rock de Seattle (com gratas influências da folk, de nomes tão relevantes como Neil Young ou Townes Van Zandt), o músico, produtor e compositor de bandas-sonoras norte-americano (com residência actual na Eslovénia) veio apresentar o seu mais recente disco, «Harney County» (editado em 2013 pela germânica Glitterhouse Records, extensão europeia da editora de Seattle, Sub Pop, que tem no seu catálogo gente com o talento de Scott Matthew, Spain, Wovenhand, entre muitos outros) com três datas em território nacional.
Desde a formação (junto com Carla Torgerson), em 1984, dos The Walkabouts, que Eckman tem vindo a trilhar um caminho na história da música com uma qualidade e solidez invejáveis. Dono de uma voz grave, profunda e melancólica, é o exemplo perfeito de como a máxima "menos é mais" deve funcionar: voz e guitarra, apenas acompanhado pelo contrabaixo (tocado de forma magistral por Žiga Golob). É esta a fórmula (aparentemente) simples e (extremamente) eficaz com que a música de Chris Eckman funciona: sem artificialismos desnecessários, assente "apenas" em letras melodiosas (escritas com base em histórias de vida que dão um cunho ainda mais pessoal ao resultado final), numa base instrumental competente e numa voz que nos faz viajar, ora por paisagens melancólicas, ora por viagens sentimentais mais vertiginosas.
É difícil apontar um ponto alto, tal o nível de excelência de todo o concerto, mas talvez o destaque seja para a faixa "Nothing Left To Hate", verdadeiro compêndio da capacidade criativa do artista. Outro destaque (já no "encore" obrigatório), este para a colaboração de outro nome grande (que já havia tocado na primeira parte, junto com Tracy Vandal, com os conimbricenses a Jigsaw), Victor Torpedo, que deu um toque de classe na guitarra na versão, deliciosamente arrastada, de "Bankrobber" (The Clash), mesmo a terminar a actuação.
Tudo perfeito! Talvez em demasia, mas noites assim são um luxo que não se devem desaproveitar. A sala esteve cheia, com público conhecedor e, decerto, que não desdenharia um regresso em breve de um dos principais nomes que a cidade (conhecida como a capital do grunge) nos deu a conhecer, muito antes de Kurt Cobain a colocar no mapa musical.

PAUS + The Kooks + Les Crazy Coconuts @ Queima das Fitas 2015 (15-05-15)

Última noite de Queima das Fitas '15. Sem me dar conta, foi também a minha última (assim espero), enquanto estudante desta academia. Cenas pessoais (mais ou menos nostálgicas) à parte, o facto é que foram muitos anos (quase vinte) a "virar Queimas".
Notas dos concertos:
- Paus deram um concertão, do melhor que lhes vi fazer nos últimos tempos. Arranjos mais meticulosos e harmoniosos, sem deixar de lado o caos característico emanado pela bateria siamesa que mais sofre no panorama nacional musical. Em regime algo circular (sensação algo enganosa, por vezes), a música de Paus surpreendeu algum público, mas seguramente não era para todos os estudantes.
- The Kooks eram, seguramente, o nome internacional mais interessante no palco principal da Queima. A pop, mais ou menos orelhuda, destes britânicos cai bem, embala as capas já cansadas de oito noites/dias de folia e deixam no ar uma boa impressão.
- Enquanto isto, lá ao fundo, no ex-Palco Ruc, evoluíam os leirienses Les Crazy Coconuts, de forma competente e profissional, tentando ganhar os ouvidos menos atentos a uma das promessas mais recentes na música portuguesa, fazendo uso do talento de Adriana Jaulino no sapateado, harmoniosamente mesclado com o rock de contornos electrónicos que a banda pratica.
O resto, foi mais do mesmo, até ter sido "expulso" do recinto, como era da "praxe".

Mário Laginha Novo Trio @ Conservatório de Música de Coimbra (14-05-15)

Um trio de luxo (Mário Laginha - piano, Bernardo Moreira - contrabaixo e Miguel Amaral - guitarra portuguesa), só podia dar um concerto exímio.
Dos meandros jazzísticos habituais na obra de Laginha, viajamos por vários caminhos sonoros, sempre com um toque de portugalidade, dada, de forma magistral, pela guitarra portuguesa (que não era apenas fado).
«Terra Seca», o registo que o trio gravou, foi apresentado com pequenos interlúdios antes dos temas, dos quais cabe destacar "Há Correria No Bairro", exemplo maior do virtuosismo de um dos melhores pianistas nacionais.
O ciclo de concertos "Quintas do Conservatório" continuam a dar razões de sobra para uma ida à melhor sala de espectáculos de Coimbra, que esteve repleta de público atento e conhecedor.

Cave Story + Black Bombaim + Linda Martini + Moullinex @ PARTY SLEEP REPEAT (OLIVA CREATIVE FACTORY - São João da Madeira) (09-05-15)

Não há muito a dizer de um evento que tem tudo de bom para correr bem: um cartaz excelente, um local de fazer inveja a muitas salas que existem por aí, e um preço deveras convidativo (mesmo contando com a deslocação).
Salientar apenas um par de coisas sobre os artistas (e que artistas):
Cave Story mantêm a boa e recomendável "cena das Caldas" bem viva. Trio de luxo, com destaque particular para o baixo (do tamanho do mundo) e a bateria (qual metrónomo); a voz, algures entre Mark E. Smith e Julian Casablancas, ainda precisa de encontrar a sua identidade, mas potencial não lhe falta. Estreia prometedora!
Black Bombaim são algo do outro mundo. Na realidade são de Barcelos, mas a música que fazem ecoar dos três instrumentos (guitarra, baixo e bateria) é tão tonitruante, que só pode vir de outro planeta (muito post-metal, seguramente). Que abuso de concerto!
Linda Martini apresentaram-se com Makoto Yagyu no baixo a substituir a futura mãe Cláudia. Fizeram a festa que tão bem os caracteriza e que aqueceu ainda mais o ambiente na sala dos fornos (já referi a excelência do espaço, super-adequado a este tipo de eventos?). O som esteve uma maravilha e o resto ficou por conta da cerveja!
Moullinex, versão dj, em modo "pre-after", fez as (minhas) despedidas com a honra e finura musical que se lhe reconhece.
Ficou por ver e ouvir a dupla de djs Tamadão.
Balanço: PARTY SLEEP REPEAT! Sempre!

The Limboos + Subway Riders @ Palco RUC (Queima '15)

(A queima vista do lado de fora... literalmente.)
Primeira noite (e última, para mim) do Palco Ruc na edição deste ano da Queima das Fitas (ou algo parecido à mistura da Feira de Março com o Festival Sudoeste).
The Limboos. Não conhecia (passei a conhecer - a RUC também serve para isto). São espanhóis (vêm de Madrid). Praticam algo parecido a uma mistura de "rythm and blues" com ritmos exóticos/latinos (vindos dos anos 40). Do que ouvi não pareceram maus, mas também não deslumbraram.
A seguir (já passava das 3 da madrugada), o melhor do (cada vez menos) "underground" sonoro nacional: Subway Riders. Reitero o que escrevi anteriormente sobre eles, algures: o melhor não concerto da Queima! E foi isto que fizeram. Subverteram as regras (ou talvez não) dos alinhamentos, fazendo desfilar em doses apreciáveis os "hits" todos logo a abrir, para depois se deleitarem num agradável recebimento dos louros. Desta vez houve problemas de som, houve desafinanços, pregos e deambulações sonoras que fazem parte da matriz da banda. E isso foi bom!
Quando o frio começou a apertar, depois de Calhau ter feito um solo magistral (mas quase inaudível) de saxofone, e de Carlos Dias dedicar uma canção em francês (para parecer mais romântico) a uma "miúda que não gosta dele" ("Adele"), já tinha visto o suficiente para perceber que o Palco Ruc ainda mantém a sua marca que o diferencia no meio daquele caos sonoro, de qualidade mais do que duvidosa, que impera no resto do Queimódromo.

Los Waves @ Salão Brazil (01-05-15)

Falar de Los Waves é falar de rock, pop, electrónica e psicadelismo, misturar tudo de forma equilibrada e servir tudo com uma forte dose de dança.
Ao vivo, são isto e muito mais. Têm um baterista (vejam-no no início do vídeo "Strange Kind Of Love", autêntico hino de Verão, seja em que ano for) completamente alucinado (elogio) que marca um ritmo trepidante, conferindo uma velocidade e "corpo" ainda mais fortes às canções que pedem movimentos de anca contínuos. Exemplos perfeitos que confirmam isto foram os temas "Got A Feeling" e "How Do I Know", canções que definem na perfeição o conceito Los Waves.
A apresentação da banda dizia que "são um projecto único no seu género no panorama nacional, fundindo uma abordagem etérea e envolvente com uma sonoridade pop viciante e catalizadora". Façam um favor a vocês próprios e vejam-nos quanto antes, sem terem que importar sucedâneos de menor qualidade. Vale(m) bem a pena!

Bússola + Les Crazy Coconuts @ Salão Brazil (Festival Santos da Casa) (23-04-15)

Na recta final da 16ª edição do festival que celebra o mais antigo programa dedicado à produção musical portuguesa, a noite esteve a cargo de dois dos nomes mais interessantes provenientes dessa nova "meca" musical, a capital do Lis: Bússola e Les Crazy Coconuts, ambos com a chancela da Omnichord Records.
Sobre os primeiros, faço minhas as palavras do "press release" do evento:
«Quinteto que cruza o folk de cantautor e a chamada indie de uma forma única, onde o contrabaixo e o acordeão conferem um traço e uma identidade única.».
O universo revisto de uns Fleet Foxes é chamado a esta discussão, na medida em que o timbre vocal profundo anda lá muito próximo, mas já com um cunho pessoal, na voz de Pedro Santo. "Come Home" (single de apresentação da banda) é banda-sonora perfeita para uma viagem de regresso (ou ida), através de paisagens de um universo "road movie". Perfeita!
Quanto aos conterrâneos Les Crazy Coconuts, têm no sapateado original de Adriana Jaulino a sua marca identitária. No currículo apresentam o título de "Melhor Banda Nacional" na última edição do Festival Termómetro, e isso já é um começo respeitável. Nota-se uma tentativa de aprimorar o lugar de cada elemento da banda, agora acrescida de um Nice Weather For Ducks (Hugo Domingues, no baixo e na electrónica), mas falta ainda uma maior definição da sonoridade que querem seguir. As bases estão lá, desde um "rock" acelerado de matriz mais electrónica ("Belong" é um bom exemplo), até momentos mais "pop" gingão, como em "Here We Go Again". É apurar esses ingredientes e o resultado final não pode ser menos do que brilhante!

Kraftwerk @ Coliseu dos Recreios, Lisboa (19-04-15)

Regresso a Portugal de uma das bandas mais proeminentes da história da música, em particular da sua vertente electrónica, sendo considerados por muitos como os "pais" da mesma.
Curioso o facto de nos últimos doze anos os germânicos não terem editado nada e, ao mesmo tempo, ter sido um dos períodos com mais actividade nos palcos, um pouco por todo o mundo. Em Portugal, após passagens pelo mesmo Coliseu (igualmente cheio, tal como hoje, em 2004) e numa avassaladora prestação num Festival Sudoeste de boa memória, uns meses depois do Coliseu, os fãs que nunca os tinham visto ao vivo, puderam matar a sua curiosidade de ver um nos marcos fundamentais da cultura musical moderna, na primeira de duas noites que o grupo tinha agendado para o nosso país.
O mote, desta feita, assentava numa apresentação num formato 3D, com a ajuda dos indispensáveis óculos com ar retro, a fazerem lembrar outros tempos em que se olhava para o futuro, ainda longínquo, como se de uma quimera se tratasse. E os Kraftwerk são isso mesmo, uma espécie de simbiose perfeita entre passado e futuro, onde o presente funciona apenas como o tempo intermédio, de passagem, entre um período em que era preciso inventar quase tudo (no que à música electrónica diz respeito, pelo menos), e outro em que parece que está tudo inventado (aparente falácia, claro está). O quarteto de Düsseldord sabe isso muito bem e, em 2015, o que os Kraftwerk têm para oferecer a quem nunca os tenha visto, é um espectáculo em versão 3D. Será isso suficiente para encher a alma de quem já os viu várias vezes? Talvez não. Mas o que falta em alma (algo contraditório, já que é de máquinas, ou de humanos que se comportam quase como autómatos, que falamos), sobra em qualidade em cada um dos dezasseis temas apresentados ao longo de quase duas horas e meia, o que serviu para saciar os menos melómanos e para confirmar, aos restantes, que já tinham "ouvisto" isto, quase na mesma ordem, em qualquer sítio.
Ralf Hütter, único elemento fundador ainda no activo após a saída de Florian Schneider, em 2008, igual a si próprio, numa pose imutável e minimalista, tal como os outros três elementos que o acompanham em palco, protótipo do rigor germânico pós-guerra, parece querer (de)mo(n)strar que a música de dança ainda tem alguns capítulos por completar, e que a máquina electrónica germânica por ele liderada, quer continuar a escrever com linhas de ouro uma história que leva já quarenta e cinco anos de criatividade inigualável.

Los Saguaros + The Dirty Coal Train + Cavemen @ States Club Noites Rock (18-04-15)

"Garage-rock" de boa apanha (no caso dos dois primeiros nomes) e uma salganhada sonora (bem executada, honra lhes seja feita), no caso dos terceiros, foi o que a última das States Club Noites Rock teve para oferecer, com a última "curadoria" de Joana Tê, a grande dinamizadora destes eventos.
Los Saguaros, duo composto por Diogo Augusto e Samuel Silva (ex-Sonic Reverends e Jack Shits), tiveram a companhia de dois vultos do "rock" nacional, sediados em Coimbra: Victor Torpedo (sumidade maior na guitarra, com marca registada nos The Parkinsons, só para citar o projecto mais presente) e Calhau (estrela "punk", na verdadeira acepção do termo, tocador de baixo, ele que também anda pelos Subway Riders, onde brilha no saxofone ao lado do companheiro Torpedo). "Desert-rock" servido sem contemplações, com uma velocidade e qualidade irrepreensíveis, assente no seu registo «Yuma», de onde cabe destacar os intensos "Nazaré" e "I Killed My Girl" (com a colaboração, também no disco, de Víctor Torpedo), deram conta do recado, numa actuação que talvez devesse ter sido a última e não a primeira, tal a adrenalina provocada com cada tema tocado.
A seguir, mais um projecto a recrutar um músico local, senhor de muitas horas a marcar ritmos atrás da bateria num infindável número de bandas, cada qual com a sua marca pessoal, Carlos Mendes (mais conhecido apenas por Kaló): os The Dirty Coal Train, trio clássico, a fazer lembrar outros exemplos perfeitos do "garage-rock" com muita energia "punk", onde guitarra, baixo e bateria servem os propósitos da cartilha do género: "riffs" intensos e cortantes, cordas pulsantes e bombos e tarolas a marcarem ritmos acelerados, mas sempre com a cadência certa. Pode-se dizer, com alguma propriedade, que são do melhor que os palcos nacionais têm para mostrar dentro do seu nicho musical, cada vez mais interessante (quer em termos de qualidade, quer em termos de quantidade). Mostrem(-se) mais vezes e a mais público! Vale(m) muito a pena.
A fechar a noite, os Cavemen, trio conimbricense com uma base sonora de influências tão díspares como o estilo dos seus elementos, do "dub" e "ska a la Clash fase «Sandinista»", passando pelo "rock gótico" dos Bauhaus (numa versão bastante competente de "Bela Lugosi's Dead"), até ao "rock'n'roll" de matriz mais clássica, deram um concerto quase em regime "fade out", situação que poderia ter sido evitada, caso a ordem de actuação das bandas tivesse sido invertida.
Fica, no entanto, a celebração de uma bela noite (a última, pelo menos neste formato) de bom "rock", a fazer lembrar que Coimbra ainda tem aquilo que sempre teve, mas isso, por si só, já não basta para voltar a ser aquilo que nunca foi: a "capital do rock".

Best Youth - Live Radio Showcase @ Corredor da RUC (Festival Santos da Casa) (18-04-15)

Mais uma etapa da 17ª edição do Festival Santos da Casa, evento anual que a dupla do programa mais antigo de divulgação portuguesa leva, diariamente, para o éter, através dos 107.9fm da Rádio Universidade de Coimbra.
Convidados de honra: a dupla portuense Best Youth, composta por Ed Rocha Gonçalves e Catarina Salinas, apresentou ao longo de quase uma hora a sua pop electrónica, de matizes suaves e evocadoras de universos algo próximos de uns The XX.
Com dois registos em nome próprio editados até à data (sem contar com a colaboração com os We Trust e, mais recentemente, com o produtor do colectivo Discotexas, Moullinex), o EP «Winterlies» (2011, via Optimus Discos, disponível para download gratuito), que os deu a conhecer com o belíssimo "Hang Out", e o último e recente longa-duração «Highway Moon» (ainda só em formato digital, em suporte físico a partir de Maio, que serviu de mote a esta apresentação), os Best Youth são já um valor seguro em termos da produção musical portuguesa, atestado também pelas reacções de agrado do público que preenchia por completo o corredor da RUC.
Destaques particulares para "Red Diamond", tema de apresentação do seu disco acabado de editar, bem como para "Mirrorball", dois temas que representam na perfeição a qualidade da composição musical e da excelência vocal colocadas pela banda, que merece o melhor dos retornos.
Dia 12 de Junho, para os que não tiveram oportunidade de os ver/ouvir, regressam a Coimbra para mais uma apresentação, desta feita no Salao Brazil.
Entretanto, o Festival Santos da Casa continua ainda até ao dia 25 de Abril.

Capitão Fantasma + The Speeding Bullets @ 10º CEIRA ROCK FEST (07-03-15)

De Kinshasa, capital da República Democrática do Congo, até Ceira (capital por uma noite do "garage-rock" nacional) ainda vai alguma distância; por isso mesmo, os dois nomes (melhores, arrisco eu) que abriram a 10ª edição deste festival, acabaram por não ser vistos/ouvidos, a saber, Fast Eddie Nelson e The Dirty Coal Train (estes já são a segunda vez que me escapam; à terceira tem de ser).
O que restou foi assistir ao destilar de muito suor, álcool e entrega musical (nem sempre da melhor maneira) por parte do colectivo conimbricense The Speeding Bullets, com quinze anos em cima e sem nenhum registo discográfico (é obra!) e dos lisboetas Capitão Fantasma, liderados pelo (outrora) carismático Jorge Bruto. Para muitos, seguramente que isto bastaria para saírem saciados, tais as expectativas depositadas, principalmente nos segundos, já que não se viam há algum tempo (apesar da passagem recente por outra sala de Coimbra, com o projecto BRUTO AND THE CANNIBALS, em tudo quase idêntico); não foi o meu caso. E é pena, já que têm um legado e um cunho relevantes, marcados na música nacional.
Quanto ao Ceira Rock Fest, mantém o mesmo espírito, algures entre o salão de baile de aldeia e o de festival mais alternativo, onde cabem sempre alguns dos nomes do rock mais interessantes do panorama português. Que venham mais dez!

Konono n°1 + Batida @ TAGV - Teatro Académico Gil Vicente (Coimbra) (07-03-15)

Concerto de comemoração do 29º aniversário da Rádio Universidade de Coimbra com dois nomes proeminentes na cena de música "world" que privilegiam a fusão/união como elemento crucial no seu processo criativo.
Poucas vezes a pertinência e actualidade de uma actuação fez tanto sentido como nesta colaboração do projecto do luso-angolano Pedro Coquenão (Batida) com o colectivo da República Democrática do Congo, verdadeiros embaixadores das sonoridades assentes nesse instrumento caseiro que dá um cunho pessoal à sua música (o "likembé"), na exacta medida em que os africanos se encontram a trabalhar com o músico e produtor na gravação do seu próximo álbum.
E o que se assistiu foi a uma verdadeira celebração e partilha de música assente numa espécie de transe ritualista, sempre com espaço para o universo sonoro de cada um dos intervenientes. O resultado: pura magia africana trazida para o continente europeu, devidamente "condimentada" com a tecnologia e arranjos ocidentais e devolvida ao continente de origem para ser bailada. E que bem que se bailou, não só em palco mas também por toda a sala do TAGV, logo a partir dos primeiros acordes do "likembé" tocado harmoniosa e magistralmente por Augustine Makuntina Mawangu, filho de Mawangu Mingiedelo filho do fundador da banda.
Durante quase duas horas, o público aproveitou ao máximo esta prenda que a RUC quis "dar" aos seus ouvintes, transmitindo a tal "energia positiva" que Pedro Coquenão falava na apresentação do espectáculo. Dias assim há poucos!

The Legendary Tiger Man @ TAGV - Teatro Académico Gil Vicente (Coimbra) (27-02-15)

No balanço final de concertos em 2015, dei-me conta de que o melhor (20/20) tinha sido atribuído a uma actuação enorme do "lendário homem-tigre" no FUSING Culture Experience. A partir daí, a próxima actuação teria de ser, pelo menos, tão boa quanto essa.
Quase um ano depois de ter passado na mesma sala, para a apresentação do último disco, «True», Paulo Furtado fez-se acompanhar de novo na bateria por Paulo Segadães e no saxofone por João Cabrita, fazendo desfilar dezasseis dos melhores temas do seu reportório, de "Rainy Nights", logo no início, passando pelo já clássico "Naked Blues", até ao final, verdadeiramente apoteótico, com "21st Century Rock'N'Roll" (onde a próxima "estrela em potência do rock nacional", João de seu nome e de tenra idade ainda, deu uma ajuda preciosa no refrão). E foi aqui (se é que ainda era necessário) que o auge do concerto aconteceu, com uma verdadeira simbiose de músicos com o público presente (que enchia quase por completo o TAGV) a subir ainda mais para o palco e a partilhar do verdadeiro espírito indomável que a música de Tigerman provoca.
As expectativas, como referi logo no início, eram demasiado elevadas, mas no final a sensação foi de que os grandes artistas nunca se repetem; reinventam-se. E isso, não é para todos.

Norton @ Salão Brazil (26-02-15)

A banda albicastrence de regresso a Coimbra para mais uma excelente actuação, presenciada, infelizmente, por pouco público.
Chegada à sala (cuja programação musical regular veio trazer novas alternativas, nem sempre aproveitadas pelo público da cidade), feita ao som dos últimos acordes de "Magnets", tema pop gingão na acepção perfeita do termo. Para trás, havia perdido já os dois primeiros: "Directions" e "Layers".
Os Norton, quarteto composto por Pedro Afonso, Rodolfo Matos, Leonel Soares e Manuel Simões, contam já com quase treze anos de existência e quatro excelentes álbuns de originais lançados até à data, são do melhor no que à música feita em território nacional diz respeito, com um potencial de "exportação" quase tão bom como o vinho do Porto. É um lugar-comum dizer isto sobre inúmeras bandas portuguesas, mas tivessem eles "nascido" em latitudes mais anglo-saxónicas e hoje estaríamos perante um dos exemplos perfeitos de bandas na linha de uns Death Cab for Cutie, apenas para citar um nome.
A sua "pop sónica" feita a régua e esquadro é reveladora do bom gosto dos elementos da banda, onde o pormenor em cada canção não é deixado ao acaso. O formato de canção-single está presente em quase todas as que foram apresentadas e isso não é obra de somenos importância.
Num ambiente bastante descontraído, banda e público foram partilhando algumas palavras, até se chegar ao quase-final do concerto com "Brava"; a actuação terminaria pontuada com um tema em jeito de "encore", o belíssimo "Coastline".
É sempre um prazer enorme assistir ao vivo às músicas de um dos valores seguros da música portuguesa!

POP DELL'ARTE + Plaza @ States Club Noites Rock (21-02-15)

Dia de concerto dos Pop Dell'Arte é dia de celebração. Celebração de alguma da melhor música que a lusa pátria viu criar, através da genialidade do carismático João Peste Guerreiro, o sempre e eterno vocalista da banda lisboeta.
Ao longo de quase duas horas de concerto (um verdadeiro exemplo para muitas outras bandas), foram apresentados 21 temas de uma carreira já longa mas muito marcante no que concerne ao grau de relevância para a música portuguesa.
O início, em jeito de epígrafe/resumo da actuação, foi ao som de "Real Good Time"; até "Querelle", tema que antecedeu o obrigatório "encore", a viagem sonora fez-se ao lado de clássicos como "Rio Line", "Mr. Sorry", "Turin Welisa Strada", "Avanti Marinaio", "Be Bop", "Groovy Noise" ou "My Funny Ana Lana", esta última um verdadeiro portento sonoro com o baixo viciante de Ze Pedro Moura absolutamente demolidor e dançante.
Quase sem saírem do palco, ouviu-se ainda esse hino quase "kitsch", de nome "Poppa Mundi", seguido de "Poligamia" e o eterno "Juramento", verdadeiro manifesto da melhor banda portuguesa de rock dadaísta.
Final em beleza, com uma das versões habituais nas suas actuações, "20th Century Boy" dos T.Rex de Marc Bolan, um dos temas porta-estandartes do movimento glam-rock, aqui partilhado com os elementos dos Plaza em palco.
Plaza (trio constituído pelos irmãos Praça e Quico Serrano) que haviam dado início a uma noite de partilha musical, através da apresentação do seu último «All Together», com incursões em reportório alheio, neste caso em particular, no universo dos The Velvet Underground.
Mais uma noite marcante na excelente programação das Noites Rock, numa das míticas salas de convívio musical da noite coimbrã.

Mão Morta @ TAGV - Teatro Académico Gil Vicente (Coimbra) (06-02-15)

Verdadeira instituição do rock nacional, os Mão Morta regressaram a Coimbra para mais uma actuação avassaladora.
Trinta anos de carreira da banda emblemática da cidade dos arcebispos vertidos em pouco mais de 1h30 de concerto. Tarefa (quase) impossível, mas sempre, como é seu apanágio, cumprida de forma exímia.
"Irmão Da Solidão", tema de abertura do último «Pelo Meu Relógio São Horas De Matar», foi o tiro de partida para uma actuação que pode ser descrita através de um dos seus temas mais icónicos (e que neste caso serviu para o grupo regressar a palco para o primeiro encore): "Velocidade Escaldante" (do já distante «Vénus Em Chamas», editado em 1994). Velocidade (ou aceleração, nas palavras de Adolfo Luxúria Canibal) trazida pelo substituto temporário do lesionado Miguel Pedro, Ruca Lacerda (baterista ligado a nomes como SUPERNADA e GNR, por exemplo), e que foi uma mais-valia aliada à já habitual parede sonora formada pelas guitarras de Antonio Rafael (que alterna as cordas com os teclados em alguns temas), Vasco Vaz e Sapo e pelo baixo profissional de Joana Longobardi.
Antes do (primeiro) final, a já habitual "Anarquista Duval" (do clássico «O.D., Rainha Do Rock & Crawl», álbum do qual tocaram ainda "Quero Morder-te As Mãos", "Charles Manson" e "1º De Novembro"), a pedir um ataque de dança epiléptica controlado (que algum do público que enchia a sala decidiu cumprir, saindo dos lugares sentados). Pelo caminho, lugar de destaque para o conceptual «Mutantes S. XXI», primeiro com «Berlim» (afinal de contas, foi lá que tudo "começou", após um concerto dos Swans), "Budapeste" e "Barcelona" servidas de seguida e, por último, "Lisboa".
Do último registo que serve de mote a esta digressão, ouvimos ainda "Histórias Da Cidade", "Pássaros A Esvoaçar", "Hipótese De Suicídio" e o single de apresentação "Horas De Matar", verdadeiro manifesto sobre a realidade actual. Houve ainda tempo para matar saudades do profético «Há Já Muito Tempo Que Nesta Latrina O Ar Se Tornou Irrespirável», através de "Vamos Fugir".
Já no encore, encaixada entre "Velocidade Escaldante" e "Horas De Matar", outro tema marcante da sua discografia, "Véus Caídos".
Num segundo regresso, mesmo para finalizar em apoteose, "Oub' Lá", um dos primeiros temas escritos pela banda, do seu primeiro disco, homónimo, e o panfletário "1º De Novembro".
Os concertos da (provavelmente) melhor banda nacional sabem sempre a pouco. Venha o próximo!

domingo, 6 de setembro de 2015

"GAL: Farpas para um país sem lobbies" + Subway Riders @ Salão Brazil (24-01-15)

Concerto-Performance retro-futurista, a pensar no/sobre (o) presente, com "Farpas" mais que pertinentes.
Como complemento, a banda que melhores ensaios faz em concertos (nota: andam a tocar cada vez mais afinados; vejam lá isso, Carlos Dias, Pedro Chau, Victor Torpedo e companhia).
Se os Suicide e os Devo tivessem um filho bastardo, chamar-se-ia Subway Riders. Há poucos como eles.

A Velha Mecânica @ Fnac Coimbra (24-01-15)

"Showcase" de mais uma banda com raízes em Coimbra, cuja sonoridade situada algures nos arredores do "post-rock", género pouco explorado por estas bandas (o que se saúda, desde já) não deixou ninguém indiferente durante cerca de meia hora de intensa actuação.
A plasticidade sonora, deambulando entre momentos de falsa lentidão e outros de verdadeiras descargas electrizantes, pediam um espaço mais amplo e com outras condições sonoras (relembramos, a título de exemplo, a excelente actuação na última edição do FUSING Culture Experience) para sentir o verdadeiro âmago de canções como "Dedos", single de apresentação do álbum de estreia do quinteto, «Tanto Por Dizer e Ainda Assim Se Escondia» (disco que passou ao lado de muita gente), ou "Fugida", o tema que serviu de epílogo perfeito.
Que o próximo registo destes senhores, a sair ainda este ano (e do qual adiantaram um tema, "Mar Adentro"), não tenha o mesmo destino e chegue ao maior número de pessoas. É mais que merecido!

d3ö & Friends @ Salão Brazil (19-12-14)

O "rock" tem muitos nomes. Um deles podia ser o dos conimbricenses d3ö.
Na companhia de amigos, quer em palco, quer na plateia, o último álbum de originais (editado em Setembro de 2013) «Love Binder», serviu de mote a uma festa colectiva de celebração de um percurso sólido (contando já com 5 registos) que demonstrou de forma cabal de que cepa se faz o bom "rock'n'roll" assente em matrizes "garage" e "blues".
Um concerto especial que teve a companhia de Paula Nozzari, Tracy Vandal, a Jigsaw, Birds Are Indie, Daniel Tapadinhas, Raquel Ralha e Sérgio Cardoso, onde o trio de Senhor T Fortuna, To Rui e Nito João Gonçalves espalhou intensidade, humor mordaz e amizade ao longo de 20 excelentes temas.

a Jigsaw @ Salão Brazil (13-12-14)

Primeiro de dois concertos para celebrar 15 anos de carreira de uma das bandas conimbricenses com um dos percursos mais consistentes.
15 anos revistos em 15 temas, partilhados com os amigos e público que encheu por completo o Salão Brazil. Acompanhados pelos grandes The Great Moonshiners Band e com três temas com a excelente voz de Tracy Vandal, o resultado foi um concerto intimista, cheio de histórias e estórias, onde o alt-country característico da sua sonoridade foi sendo alegremente executado.
Parabéns aos dois mentores deste projecto, Joao Rui e João Jorri Silva, e que venham mais 15 anos de boas canções!

Gala Drop @ Salão Brazil (07-12-14)

Continua a divulgação do aclamado (nacional e internacionalmente) «II», o mais recente registo do colectivo lisboeta que melhor sabe fazer a fusão do "afrobeat" com laivos de "space" e "prog-rock".
Ambiente algo frio, tal como o tempo que se fazia sentir no exterior, mas a deixar pistas interessantes para palcos maiores e mais calorosos.
Destaque maior para um dos temas de 2014, "You And I", que serviu quase de aperitivo a uma actuação directa ao âmago das canções, sem tempos para mais conversas.

Tracy Vandal @ Fnac Coimbra (06-12-14)

«Showcase» de apresentação da sua estreia a solo com o EP «The End Of Everything». A voz dos extintos Tiguana Bibles tem neste registo a companhia de Joao Rui (dos conimbricences a Jigsaw) que «fez os arranjos de algumas das músicas construídas sobre emoções repletas de um triste vazio e realçando esse lado negro do disco». E a voz é precisamente o que cabe destacar nesta curta prestação ao vivo: é isso que dá corpo e enche de alma a base instrumental electrónica marcadamente negra e dolente (a fazer uma excelente ponte entre os idos anos 80 e a actualidade).
Um disco que, tal como o seu tema de abertura, "The End Of Everything", fala sobre «uma viagem de inseguranças, amor perdido e da inevitabilidade da auto-destruição e morte.». Aconselhável a sua escuta.

Samy Thiébault Trio @ O Teatrão Omt (04-12-14)

Em estreia absoluta e com data única em Portugal, o francês Samy Thiébault apresentou-se em trio, acompanhado no contrabaixo por Sylvain Romano no contrabaixo e por Philippe Soirat na bateria (faltando Adrien Chicot no piano, para completar o quarteto que gravou «A Feast Of Friends», registo que serviu de base a esta actuação, em modo "avant première”, e que será lançado no próximo mês de Janeiro). Entre versões de Jim Morrison (The Doors) e de John Coltrane, acrescidas de alguns originais do saxofonista francês que tem percorrido alguns dos melhores palcos do jazz mundiais, passou-se um serão agradável com a chancela da Alliance Française de Coimbra. No final, troca de dois dedos de conversa agradável enquanto deixava a sua marca autografada nos dois discos que tinha à venda, a um preço convidativo: o já referido «A Feast Of Friends» e o anterior «Clear Fire, ambos editados pela sua editora Gaya Music.

Uivo - documentário sobre António Sérgio + The Dirty Coal Train + Subway Riders @ Salão Brazil (08-11-14)

Documentário (absolutamente) obrigatório sobre o mestre da rádio! Ponto final. Parágrafo.
Parabéns ao realizador Edu Matracas, por mais este serviço público tornado realidade.
Sobre os lisboetas The Dirty Coal Train falamos outro dia...
Quanto aos Subway Riders, há que dizer que andam a tocar cada vez mais afinados (sinal de vários concertos num curto espaço de tempo?), o que não significa, nem pouco mais ou menos, que andam a ensaiar mais. Aliás, se há coisa que este super-grupo conimbricense faz, é dar enormes concertos enquanto ensaiam as suas performances "non sense" (mas que fazem todo o sentido no fim de contas). Confusos? Não, ou não estivéssemos a falar de uma das bandas mais anárquicas em palco, com muitas "trips" à mistura, tudo feito de forma muito ordeira. Faz todo o sentido a sua existência. Com mais afinco a cada dia que passa!
No final, colaboração estrelar com o trio que os antecedeu, juntamente com Marquis Cha Cha (dos Psicotronics, que tinham actuado por aqui uns dias antes), em modo "noise espacial" (DirtySubwayPsicotronics) para mais uma noite de (boa) celebração da música feita em Portugal.

Re-Faktory @ Salão Brazil (01-11-14)

Uma pequena (a)mostra do que de melhor se faz na cultura na cidade do tédio/conhecimento.
Parabéns, Joana Tê (e toda a organização), pela ideia e concretização.

«JUKEBOX» #70 (26/08/14)

Última emissão da "Jukebox" no éter dos 107.9fm (na grelha de Verão 2014 da RUC).
 
Escolhas pessoais (II):

1 - BRUNO PERNADAS "Huzoor"
2 - SURSAUTER (feat. Sea Oleena) "Waiting List"
3 - LAU NAU "Valolle"
4 - SOHN "Lessons"
5 - FKA TWIGS "Water Me"
6 - ESTILHAÇOS "O Tempo Que Passa"
7 - WHEN THE ANGELS BREATHE "The Wolf"
8 - JACK WHITE "Freedom At 21"
9 - THE DIRTBOMBS "Sugar On Top"
10 - CAPICUA "Medo Do Medo"
11 - ANDHIM "Boy Boy Boy"
12 - THE GLITCH MOB "We Can Make The World Stop"
13 - BALAM ACAB "Await"