terça-feira, 6 de outubro de 2015

NOS Primavera Sound @ Porto (04 - 06 Junho 2015)

Anotações quantitativas (+ dois apontamentos qualitativos) da 4ª edição da versão portuguesa do festival catalão.

Dia 4
- Mac DeMarco (11)
- Patti Smith (acoustic/spoken) (16)
- FKA twigs (15)
- Interpol (15)
- The Juan MacLean (live) (17)
- Caribou (16)

Dia 5
- Patti Smith & Band (perform «Horses») (17)
- Younghusband (11)
- Jose Gonzalez (16)
- Twerps (14)
- The Replacements (14)
- Electric Wizard (12)
- Sun Kill Moon (15)
- Spiritualized (16)
- Belle and Sebastian (16)
- Pallbearer (12)
- Antony And The Johnsons (17)
- Ariel Pink (13)
- Jungle (14)
- Run The Jewels (15)

Dia 6
- Baxter Dury (14)
- The Thurston Moore Band (17)
- Foxygen (14)
- Babes in Toyland (13)
- Damien Rice (15)
- Kevin Morby (12)
- Einstürzend Neubauten (13)
- Ex Hex (14)
- Death Cab for Cutie (15)
- The KVB (12)
- Ride (15)
- Shellac (12)
- The New Pornographers (13)
- Dan Deacon (17)
- Underworld (17)
- Health (15)

- Patti Smith & Band (perform «Horses»)
Verdadeira senhora que marcou a história do rock, a norte-americana subiu ao palco NOS, após ter tocado no dia anterior em versão acústica/spoken word (no palco Pitchfork). Plateia completamente rendida para ouvir um dos álbuns mais marcantes da sua carreira com mais de quarenta anos, editado no já longínquo ano de 1975, mas cuja actualidade se mantém absolutamente refrescante.
"Gloria" ("meia versão" dos Them, de Van Morrison), "Because The Night" e "People Have The Power" (estes dois últimos, extra «Horses»), foram os temas que mais "feedback" eufórico receberam do imenso público que preenchia o belo anfiteatro do Parque da Cidade do Porto.
Para o final, um tema ("Elegie") dedicado à memória de Jimi Hendrix (e de todos aqueles grandes artistas que já partiram, mas cuja obra perdurará pelos tempos).
Revelando um verdadeiro prazer em palco, a simpatia e profissionalismo de Patti Smith fizeram com que o Primavera Sound 2015 tivesse o privilégio de ter assistido (em dose dupla) a um dos nomes fundamentais da história da música moderna. Um dos concertos ganhadores desta edição, claramente!

- José González
Ver o sueco José González no alto do anfiteatro do palco Super Bock, sentado (ao meu lado, a mãe e o seu bebé, Samuel, de apenas sete meses, mas que tem já duas edições do festival, a primeira ainda dentro da barriga da progenitora) e com uma visão privilegiada da fauna festivaleira, ao pôr-do-sol do segundo dia de festival. São ingredientes como estes que fazem do Primavera Sound um dos festivais que ganhou já um lugar de relevo nacional e de algum destaque um pouco por toda a Europa (começando a fazer alguma sombra ao irmão mais velho de Barcelona).
Com estas condições (atmosféricas, de circulação, de oferta alimentar, qualidade e coerência do cartaz...), o Primavera Sound Porto é hoje um ponto essencial de passagem para qualquer melómano (mais ou menos "hipster", marca de estilo, desde o seu início, do público frequentador). Ambiente perfeito para apreciar a folk (mais ou menos intimista) do sueco, cuja carreira teve na versão do tema "Heartbeats" (dos compatriotas The Knife), utilizado numa célebre e belíssima campanha publicitária), o seu principal auge (apesar de já andar nestas lides desde 2003).
Acompanhado de quatro músicos em palco, foi surpreendente a empatia (quase perfeita) com o público, e a sua prestação não podia ter tido melhor cenário/enquadramento e horário (entardecer com a banda.sonora ideal)!
Um dos nomes com mais seguidores fieis e atentos, González foi desfiando os temas da sua discografia, para deleite do Samuel (lembram-se dele ainda?) e da imensa plateia que aplaudiu efusivamente até ao final do concerto. Destaque particular para a versão magnífica (que serviu de embalo temporário para o Samuel) do clássico "Teardrop" dos Massive Attack (se fosse há um ano atrás, o Samuel teria sido embalado ainda melhor ao som deste tema -favor (re)ver o vídeo-). E no que concerne a versões, José González é daqueles artistas que tem o condão de as transformar em temas como se se tratassem da sua autoria, o que, só por si, já revela o enorme talento de um dos melhores cantautores mais recentes. Mesmo antes do "encore", obrigatório, a já referida "Heartbeats" é o exemplo perfeito de como a voz e a guitarra (em modo minimalista) "desarmam" por completo o original (que é apenas e só um dos melhores temas de sempre da electrónica mais melódica). Directamente para a galeria de concertos notáveis do Primavera Sound luso!

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