domingo, 29 de agosto de 2010

XACOBEO 10. El Festival

Inserido nas diversas actividades de comemoração do ano XACOBEO 10, este festival decorreu em Santiago de Compostela num sítio, apropriadamente chamado de Monte do Gozo. Pormenores logísticos e de organização à parte, a componente musical foi irrepreensível. Foram 700km (que tiveram uma espécie de epílogo numa praia a ver o sol nascer no Atlântico) para ver o que se segue.

JÓNSI
Falar do vocalista dos Sigur Rós acaba, no fundo, por se confundir com a carreira dos génios islandeses que têm na voz idiossincrática de Jon Thor uma mais-valia única. Nesta sua faceta a solo, os arrepios vocais continuam lá, tornando o termo paisagens sonoras um termo quase banal e recorrente para definir o ambiente criado pela sua música. Mágico, foi no mínimo, aquilo que se assistiu num fim de tarde a anunciar bons prenúncios.

MUSE
Com um estatuto de mega-estrelas no firmamento do universo musical, foi por eles que a maioria do público presente se deslocou ao Monte do Gozo. E, provavelmente, também foram eles que fizeram esgotar os bilhetes para o evento. Justificaram tudo isto. Não fosse o som estar uns decibéis acima do desejado e algumas quebras com músicas mais lentas e uns exagerados solos de guitarra nos finais de algumas músicas por parte de Matt Bellamy, e teria sido quase perfeito.
Ficou o excelente jogo de luzes e um zumbido no ouvido direito para mais tarde recordar!

PET SHOP BOYS
Os clássicos, quando bons, são sempre agradáveis de recordar. Apesar do atraso, algo estranho, o início da actuação dos britânicos encheu as medidas (sonoras e visuais) de todos os que ficaram no recinto após a apoteose dos Muse. Assente num alinhamento equilibrado, foram claramente os temas que granjearam maior sucesso ("It's A Sin", "Domino Dancing", Love Etc.") que trouxeram ao público um sentimento de viagem no tempo devidamente reactualizada pelos cânones estéticos em vigor. Surpresa mais que agradável!

VITALIC
Final em grande, servido pela mestria do francês Pascal Arbez (aka Vitalic). Actuação algo curta (contingências horárias) mas contundente. Para os mais resistentes, foi servida uma dose de electro-techno com muito "groove" que não permitia a passividade dos corpos. Absolutamente demolidor, se tivesse tido mais uma hora de palco para fazer ouvir alguns dos seus clássicos incontornáveis.

Cumpri, muito forçadamente, um dos requisitos do Ano Santo Xacobeo (visitar Santiago de Compostela). Falta saber se a indulgência me foi concedida...
Venham mais como este e com a mesma qualidade musical!

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